sábado, 19 de janeiro de 2013

O tempo


Talvez eu ainda esteja,
Recolhendo aqueles cacos, desatando os nós.
Respirando fundo, despindo-me das velhas mágoas.
Aprendendo a ouvir meu silêncio
Deixando o sorriso ir se abrindo tímido, no canto da boca.
Talvez eu esteja
Enfrentando melhor meus fantasmas
E enxergando de forma mais clara
A minha incrível capacidade de me refazer, depois da dor.
Depois de todos esses anos
Quantas tentativas frustradas, e quantos recomeços.
E quantas vezes levantei  e enxerguei no espelho
Os olhos cansados de mais uma luta vencida
O que é que nos limita afinal?
Solidão, saudade, medo da rejeição?
Do que eu tive que me desprender senão de mim mesmo?
Depois de todos esses anos
Onde estão os velhos amores, os amigos distantes
Aquele abraço que sinto falta.
E todos os planos que eu imaginei que dariam certo?
Talvez eu ainda esteja
Tentando achar respostas que já tenho
E prolongando coisas que na verdade, são efêmeras.
No fim tudo se ajeita,  e o drama se torna riso, eu sei.
E sempre encontramos um abrigo
Mesmo quando a tempestade parece tão cruel...
Depois de todos esses anos
Deus continua me mostrando
Que soldados não vencem a guerra sem luta
Sem dor , ou lágrimas nos olhos.
E ouvindo uma velha canção
Aqui em meio aos meus velhos livros
Surge um sorriso enfim...
Por saber que
Todas essas cicatrizes...
São provas de que ainda ...estou de pé...





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